TEMPORADA DE FURACÕES – O QUE VOCÊ PRECISA SABER!

Minha amiga, meu amigo,

Com certa frequência, nas nossas interações – seja aqui no website, nas lives pelo YouTube ou nas mídias sociais, eu recebo mensagens e comentários que repetem algo semelhante à frase: “Não vou para Orlando no mês X, porque vai ter furacão…”. Minha resposta invariavelmente é: NÃO EXISTE CERTEZA! Nem de que irá acontecer uma tempestade mais forte ou um furacão, nem podemos ter certeza de que algo assim não acontecerá.

Mas algo que posso fazer com certeza: passar o máximo de informações para que você monte a sua confiança e tranquilidade para vir nos visitar durante fases mais propícias para a formação desses fenômenos meteorológicos.

O QUE É A TEMPORADA DE FURACÕES?

A temporada de furacões no Atlântico refere-se ao período do ano em que a maioria dos ciclones tropicais se formam na bacia do Atlântico. Este período vai oficialmente de 1º de junho a 30 de novembro, com o pico da atividade geralmente ocorrendo entre agosto e outubro.

Características da Temporada

A temporada de furacões é influenciada por vários fatores climáticos e oceânicos, incluindo:

  • Temperatura da Superfície do Mar: Águas mais quentes fornecem a energia necessária para a formação e intensificação dos furacões.
  • Cisalhamento do Vento: Baixos níveis de cisalhamento do vento (variação na velocidade e direção do vento com a altitude) favorecem o desenvolvimento de tempestades tropicais.
  • Fenômenos Climáticos: Fenômenos como El Niño e La Niña também podem afetar a atividade dos furacões, alterando padrões climáticos globais.

Graduação de tempestades – de depressões aos furacões.

A graduação das tempestades tropicais é feita principalmente utilizando a Escala de Furacões Saffir-Simpson, que classifica os ciclones tropicais (furacões) com base na velocidade dos ventos sustentados:

Depressão Tropical

  • Velocidade do Vento: Ventos máximos sustentados de até 62 km/h (38 mph).
  • Impacto: Chuvas fortes e inundações locais.

Tempestade Tropical

  • Velocidade do Vento: 63 a 118 km/h (39 a 73 mph).
  • Impacto: Fortes chuvas, inundações locais, e ventos que podem causar danos menores às estruturas e árvores.

Furacão Categoria 1

  • Velocidade do Vento: 119 a 153 km/h (74 a 95 mph).
  • Impacto: Danos leves às estruturas, árvores e linhas de energia. Pequenas inundações costeiras e danos leves a embarcações.

Furacão Categoria 2

  • Velocidade do Vento: 154 a 177 km/h (96 a 110 mph)..
  • Impacto: Danos significativos a telhados, árvores e linhas de energia. Inundações costeiras significativas e danos consideráveis a embarcações.

Furacão Categoria 3 (Grande Furacão)

  • Velocidade do Vento: 178 a 208 km/h (111 a 129 mph).
  • Impacto: Danos estruturais a pequenas residências, destruição de árvores, e interrupção de fornecimento de eletricidade e água. Inundações costeiras severas.

Furacão Categoria 4 (Grande Furacão)

  • Velocidade do Vento: 209 a 251 km/h (130 a 156 mph).
  • Impacto: Danos catastróficos a residências, perda de telhados e paredes. Inundações extensas, áreas isoladas devido à queda de árvores e linhas de energia.

Furacão Categoria 5 (Grande Furacão)

  • Velocidade do Vento: 252 km/h ou mais (157 mph ou mais).
  • Impacto: Danos catastróficos generalizados. Muitas estruturas serão destruídas, áreas residenciais isoladas por semanas ou meses. Extensas inundações e falhas nas infraestruturas de água e energia.

As Tempestades e Seus Nomes

As tempestades tropicais passam a receber nomes quando atingem a intensidade de tempestade tropical, ou seja, quando os ventos sustentados alcançam 63 km/h (39 mph). Até esse ponto, a tempestade é referida apenas como uma depressão tropical e identificada por um número ou localização.

Processo de Nomeação

  • Identificação Inicial: Quando uma perturbação climática no Atlântico desenvolve uma circulação fechada e ventos organizados, é classificada como depressão tropical e recebe um número sequencial para identificação.
  • Atribuição de Nome: Quando os ventos sustentados da depressão tropical aumentam e atingem 63 km/h (39 mph), ela é promovida a tempestade tropical e recebe um nome da lista preparada para aquele ano.
  • Escalada para Furacão: Se a tempestade tropical continuar a se intensificar e seus ventos alcançarem 119 km/h (74 mph), ela é reclassificada como furacão, mantendo o nome atribuído como tempestade tropical.

O processo de nomeação das tempestades tropicais e furacões no Atlântico é organizado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pelo National Hurricane Center (NHC). As listas de nomes seguem um ciclo de 6 anos e alternam entre nomes masculinos e femininos, excluindo algumas letras como Q, U, X, Y e Z.

Exemplo de Lista de Nomes para 2024:

  • Arthur
  • Bertha
  • Cristobal
  • Dolly
  • Edouard
  • Fay
  • Gonzalo
  • Hanna
  • Isaias
  • Josephine
  • Kyle
  • Laura
  • Marco
  • Nana
  • Omar
  • Paulette
  • Rene
  • Sally
  • Teddy
  • Vicky
  • Wilfred

MAS QUAL A CHANCE DE ALGO OCORRER QUANDO EU ESTIVER POR AQUI?

A única coisa CERTA sobre fenômenos meteorológicos: nada é CERTO!

Mas existem alguns fatos e número que eu posso listar, que podem ajudar você a ter um contexto e uma ideai melhor sobre a temporada de furacões.

  • Nos últimos 50 anos, foram mais de 850 tempestades e furacões que se formaram no Oceano Atlântico.
  • A grande maioria desses fenômenos, se formou e de dissipou no oceano – sem interagir com a terra.
  • Dessas mais de 850 formações, nos últimos 50 anos, foram 36 furacões que TOCARAM a Flórida.
  • Mas foram somente 5 furacões que passaram, de alguma forma, diretamente por Orlando… Destaco: nos últimos 50 anos, com mais de 850 formações, somente 5 furacões passaram por Orlando…
  • Mas para alertar sobre a imprevisibilidade: 3 desses 5 furacões, passaram por Orlando NO MESMO ANO: 2004.
  • O próximo furacão a passar por Orlando foi o Irma, 13 anos depois!

NÃO EXISTEM SURPRESAS!

Os serviços meteorológicos, junto com o Centro de Furacões Americano, o National Hurricane Center (NHC), acompanho as tempestades desde sua fase de formação. E esse acompanhamento inclui boletins emitidos a cada 6 horas.

Desde sua formação – muitas vezes, tão longe quanto a costa da África – o NHC promove boletins e previsões de intensidade e do caminho que esses fenômenos tomam. Isso, na maioria das vezes, é um processo que demora mais do que uma semana. Se acontecer de uma tempestade tomar o rumo de terra firme, isso pede ser previsto, muitas vezes, até uns 5 dia de antecedência – dando tempo suficiente para todos tomaram suas previdências – incluindo antecipação do retorno ou mudança de destino.

COMO MONITORAR?

Se você estiver viajando para a Flórida durante essa fase – principalmente entre agosto e o meio de outubro – o cuidado principal é ficar acompanhando os boletins do NHC. Para acessar a página do centro de furacões, clique AQUI. Existem também aplicativos gratuitos:

E SE UM FURACÃO VIER?

 

DECISÃO

Se você não está na Flórida, mas está para vir e as notícias são de que existe a possibilidade de um furacão passar por aqui nos dias que você estaria nos visitando, minha recomendação é que você considere a ideia de modificar seus planos de viagem. Não é uma decisão de segurança, mas sim para o seu conforto. Se você está na Flórida, a sua decisão será entre optar por viajar para outro estado ou buscar um lugar seguro. Para quem prefere se dirigir para outro estado, faça isso até o quinto dia antes do furacão chegar, lembrando que todas as passagens aéreas são muito disputadas em uma situação como essa.

VOU FICAR NA FLÓRIDA

Lembre-se que, na passagem de um furacão, a maior parte da destruição e a quase totalidade das fatalidades ocorrem por conta da elevação do nível do mar (storm surge). Sendo assim, a regra mais fundamental de todas: EVITE AS ÁREAS COSTEIRAS E ORLAS! Se você está planejando ficar na Flórida e esperar a passagem de um furacão, escolha um local mais para o interior do estado, preferencialmente a mais de 10 milhas da parte costeira.

Se você está na região de Miami, você nem precisa ir muito longe – pode tentar algum hotel na região de Plantation / Sunrise – ou então, pegar a estrada e subir até a região de Orlando. Mas o mais importante: essa opção tem que ser tomada até o quinto dia antes do furacão chegar. Aqueles que deixam para o último instante não poderão achar vagas em hotéis e terão que enfrentar congestionamentos enormes nas estradas.

NÃO EXISTE CERTEZA NAS PREVISÕES

O erro mais comum que costumo presenciar é ouvir que “o furacão irá passar, com certeza, na cidade ‘x’”. Isso não acontece assim. A regra é simples: os modelos são mais precisos quando faltam uns 3 dias para a passagem do furacão e, MESMO ASSIM, podem errar na última hora. Melhor ficar no seu hotel/casa/abrigo e encarar o risco de a tempestade passar por perto. Se você seguiu o conselho de ficar longe da parte costeira, isso já garante muita segurança.

QUANTO MAIS TERRA, MELHOR!

Os furacões precisam estar passando por superfícies de água quente para manter sua intensidade. Toda vez que existe a interação com terra, por menor que esta seja, o fenômeno perde força. Por isso, é muito importante repetir que a melhor opção de refúgio será sempre “inland”, ou seja, no interior. Mesmo que o caminho do furacão aponte para onde você está, se você estiver no interior, ele chegará mais fraco e sem inundações.

EXEMPLO DE UMA ESTRATÉGIA

Moramos em Miami e quando soubemos da possibilidade do Furacão Irma nos atingir, adotamos a seguinte estratégia:

  • 6 dias antes da passagem do furacão, fizemos a reserva em um resort na região de Orlando, que fica no interior, longe de ambas as regiões costeiras.
  • 5 dias antes da passagem do furacão: pegamos a estrada em direção a Orlando. Não pegamos engarrafamentos, pois foi antes das ordens de evacuação.
  • Durante os dias que precederam a chegada, ficamos acompanhando as diferentes tendências de rota, muitas delas apontando uma potencial passagem por Orlando. Nunca mudamos de opção de refúgio.
  • Faltando um dia para a passagem do furacão, a previsão era que Tampa seria impactada e não Orlando.
  • Faltando 4 horas para a passagem do furacão, as previsões mudaram e apontaram para um impacto DIRETO, de um furacão de categoria 2, precisamente em nossa localização.
  • O Furacão Irma nos atingiu à 1:05 da manhã da segunda-feira, dia 11 de setembro de 2017.
  • Apesar dos fortes ventos, nunca tivemos qualquer momento de risco ou insegurança. O local em que estávamos não sofreu qualquer dano e nem perdemos a energia elétrica.
  • Como a situação em Miami ficou mais complicada do que a de Orlando, permanecemos em nosso refúgio por mais alguns dias, podendo inclusive aproveitar a Disney, para só retornar quando já havia energia elétrica em nossa cidade.

DEPOIS DA TEMPESTADE…

A passagem de um furacão pode variar muito em sua duração, podendo ser um evento de uma ou duas horas, como pode ser algo que perdure um dia inteiro. Por isso, é muito importante que você esteja preparado para ficar em seu hotel/casa/refúgio por muito tempo, planejando em comprar alimentos não perecíveis, água, lanternas e pilhas. A passagem de furacões normalmente é seguida por ordens de toque de recolher das autoridades locais – por favor, siga-as sem questionar.

Os grandes problemas pós-passagem do furacão normalmente estão relacionados com a falta de eletricidade.

CONCLUSÃO

Viajar durante a temporada de furacões pode gerar preocupações, mas com planejamento e informação, é possível minimizar riscos e aproveitar sua viagem. Mantenha-se informado, siga as orientações das autoridades e, acima de tudo, faça escolhas que garantam sua segurança e conforto. Lembre-se: a maioria das viagens para Orlando durante a temporada de furacões ocorre sem incidentes significativos, e a cidade está preparada para lidar com esses eventos. Boa viagem e aproveite sua estadia!

Espero que essas informações tenham sido úteis e que você se sinta mais preparado para planejar sua viagem durante a temporada de furacões. Se tiver mais dúvidas, não hesite em entrar em contato.

Até a próxima!

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