Novo Parque da Disney em Orlando? Rumores, Planos e Realidade
Vai ter mesmo um novo parque da Disney em Orlando?
 Essa pergunta voltou a circular com força nos últimos dias — em sites especializados, vídeos no YouTube, fóruns de fãs e, claro, nas redes sociais.
Tudo por causa da aprovação de um novo plano regulatório que reacendeu os rumores sobre uma possível expansão do Walt Disney World Resort.
Neste post, vamos mergulhar de forma completa e objetiva nesse tema que empolga muitos fãs, mas também exige uma boa dose de realidade.
Vamos explicar o que realmente está no tal “Comprehensive Plan 2045”, aprovado pelo Central Florida Tourism Oversight District (CFTOD), qual o impacto real dessa decisão, o que muda (e o que não muda) nos planos da Disney, e se de fato há motivos para acreditar que teremos um novo parque temático nos próximos anos.
Além disso, vamos comparar estratégias entre Disney e Universal (que acaba de inaugurar o Epic Universe), analisar os riscos e desafios de um novo parque, debater possíveis motivações por trás de uma decisão como essa, e — claro — compartilhar a minha opinião pessoal no final do texto.
 Se você gosta de acompanhar os bastidores da Disney, entender as movimentações estratégicas do mercado de turismo em Orlando, ou simplesmente sonha com novas experiências mágicas… esse post é pra você.
🌀 Rumores e Expectativas sobre o Quinto Parque da Disney em Orlando
 A ideia de um quinto parque temático em Orlando não é exatamente nova — esse rumor circula há décadas entre fãs e especialistas. Mas ele ganhou novo fôlego recentemente com a aprovação do “Comprehensive Plan 2045”, um documento elaborado pelo Central Florida Tourism Oversight District (CFTOD) que estabelece diretrizes de desenvolvimento para as próximas duas décadas na região do Walt Disney World Resort.
📄 O que diz esse plano?
 O plano, aprovado em junho de 2024 e atualizado publicamente em 2025, não anuncia a construção de um novo parque, mas reserva oficialmente espaço e autorização regulatória para que a Disney possa construir:
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1 parque temático de grande porte (nos mesmos moldes de Magic Kingdom, Epcot, etc.).
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2 parques temáticos de porte menor (como Blizzard Beach, Typhoon Lagoon ou experiências mais de nicho).
Em outras palavras: o plano abre a possibilidade legal e urbanística, mas não confirma intenções reais ou projetos em andamento. Ainda assim, só o fato de essa estrutura ter sido incluída formalmente no documento já foi suficiente para acender os holofotes e dar combustível aos rumores.
📌 O que é o CFTOD?
 O Central Florida Tourism Oversight District é o órgão que substituiu o antigo Reedy Creek Improvement District — a entidade criada originalmente pela Disney para controlar o desenvolvimento de suas terras na Flórida Central. A troca ocorreu após disputas políticas com o governo estadual, incluindo um processo direto entre a Disney e o governador Ron DeSantis. O novo plano aprovado foi parte de um acordo entre Disney, CFTOD e o governo da Flórida, garantindo regras claras sobre desenvolvimento, conservação e infraestrutura no território.
🗺️ O que isso significa na prática?
 Esse plano serve como um marco regulatório estratégico. Ele permite que, caso a Disney decida construir algo novo entre agora e 2045, não seja necessário revisar ou renegociar o plano — o “caminho legal” já está aberto.
A menção a “áreas de grande porte” prontas para receber um parque temático reacendeu a especulação: seria esse o início silencioso do plano para um novo parque? Ou seria apenas uma forma da Disney manter flexibilidade de crescimento, sem qualquer intenção real no curto prazo?
A verdade é que muitos veículos — inclusive sites como BlogMickey, Disney Tourist Blog e WDWMAGIC — são unânimes ao dizer que:
“Não há planos em andamento para um novo parque. Nenhum projeto foi apresentado ou avaliado. É apenas uma autorização preventiva.”
📚 Contexto do Comprehensive Plan 2045 e o Histórico dos Rumores
 🧭 O que é o “Comprehensive Plan 2045”?
 O Comprehensive Plan 2045 é, basicamente, um plano diretor urbano e ambiental. Ele define regras de uso do solo, zoneamento, conservação ambiental, transporte, infraestrutura e desenvolvimento para o território administrado pelo CFTOD — que inclui toda a área do Walt Disney World.
Esse tipo de documento é uma exigência legal nos Estados Unidos e serve como base para qualquer tipo de construção ou expansão, seja da Disney ou de qualquer outro empreendimento dentro do território do distrito.
O plano atual cobre o período de 2025 a 2045 e, como já mencionado, inclui pela primeira vez de forma explícita a possibilidade de desenvolvimento de um quinto parque temático de grande porte e dois parques menores.
Mas atenção: esse tipo de previsão não é uma novidade completa. A menção a possíveis novos parques já existia em versões anteriores do plano, inclusive no Comprehensive Plan de 2020 (ainda sob o antigo Reedy Creek). A grande diferença agora é a formalização mais explícita e o interesse midiático gerado pela disputa política recente.
🔁 O histórico por trás desses rumores
 A ideia de um novo parque da Disney em Orlando tem aparecido com frequência nas últimas décadas, muitas vezes como parte de:
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Planos regulatórios, como o próprio Comprehensive Plan desde os anos 1980.
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Conceitos nunca implementados, como o “Disney’s Night Kingdom”, um parque noturno e imersivo planejado nos anos 2000.
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Especulações em fóruns e sites de fãs, muitas vezes com base em movimentações de terrenos ou registros públicos.
A diferença agora é que a conversa ganhou dimensão pública e política — o que costuma fazer barulho, gerar engajamento (e muita confusão nas redes sociais).
Ou seja: sim, há uma trilha documentada de planos e ideias, mas isso nunca representou uma decisão oficial de construir. O que temos em 2025 é uma atualização regulatória, não um anúncio de parque.
⚔️ Disney x Universal: Estratégias Muito Diferentes
 Um dos principais motores por trás da especulação sobre um quinto parque da Disney em Orlando é, sem dúvida, a inauguração do Epic Universe — o novo parque temático da Universal, que chegou com grandes promessas e está sacudindo o mercado de turismo na Flórida Central.
Com isso, muita gente passou a perguntar:
“Será que agora a Disney vai reagir e lançar um parque novo também?”
Spoiler: não precisa.
E esse é um ponto crucial para entender o jogo estratégico completamente diferente entre as duas empresas.
🎯 A Universal está tentando alcançar. A Disney, manter liderança.
 O Epic Universe representa um salto necessário para a Universal. Até então, seu complexo em Orlando contava com dois parques temáticos (Universal Studios Florida e Islands of Adventure), além de um parque aquático e alguns hotéis. Com a chegada do Epic Universe, a empresa tenta entrar de vez no território da “férias completas”, competindo diretamente com a estrutura da Disney.
Já a Disney, por outro lado, já opera em outro patamar:
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Quatro parques temáticos de grande porte.
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Dois parques aquáticos.
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Disney Springs (um distrito de compras, restaurantes e entretenimento).
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Mais de 25 hotéis próprios.
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Transporte interno gratuito (ônibus, barcos, monorail, Skyliner).
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E o mais importante: uma marca que, para milhões de pessoas, define o próprio conceito de “viagem mágica”.
Na prática, o que a Universal está fazendo com o Epic Universe é tentar competir com a Disney no mesmo nível pela primeira vez. E não o contrário.
🧱 Escala, infraestrutura e posicionamento
 A diferença de escala é tão grande que até o terreno diz muito. A propriedade da Disney em Orlando tem cerca de 25 mil acres — algo comparável ao tamanho de cidades como San Francisco. Já o complexo da Universal, mesmo com o novo parque, representa uma fração disso.
E mais: enquanto a Disney pensa em desenvolvimento a décadas de distância (como vemos no próprio Comprehensive Plan 2045), a Universal precisa agir de forma mais ousada e concentrada para crescer sua participação de mercado rapidamente.
🏗️ A Disney já está crescendo — mas de outra forma
 Enquanto muitos esperam um anúncio bombástico de “quinto parque”, a realidade é que a Disney já está investindo pesado na expansão dos seus parques atuais, com planos públicos e projetos em andamento como:
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“Tropical Americas” no Animal Kingdom — substituindo a área de DinoLand com uma nova região temática inspirada nas selvas da América Latina.
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Expansão no Magic Kingdom com a Terra dos Vilões Disney e as novas atrações com a franquia “Carros”.
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Expansão no Hollywood Studios com a nova área de “Monstros S.A.” e constantes rumores de novas adições.
- Novo resort no Bay Lake, ao lado do Fort Wilderness Campground: chama-se Disney’s Lakeshore Lodge e já está com a construção bem adiantada.
Esses projetos têm três grandes vantagens:
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Custo menor do que construir um parque inteiro do zero.
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Capacidade de aumentar a oferta sem dividir o público.
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Reforço direto ao que os visitantes já conhecem e amam.
Ou seja, enquanto o plano da Universal depende do Epic Universe para crescer sua fatia do bolo, o da Disney está mais para melhorar a receita do bolo que ela já domina.
❌ Por Que a Disney PROVAVELMENTE Não Vai Construir um Quinto Parque (Pelo Menos por Agora)
 Apesar de toda a empolgação dos fãs e das interpretações apressadas sobre o plano do CFTOD, há uma série de argumentos sólidos contra a construção de um novo parque temático da Disney em Orlando. E eles não são apenas financeiros — envolvem lógica operacional, comportamento do público e até proteção da própria experiência mágica que a marca oferece.
📉 1. Canibalização dos Parques Atuais
 Esse é, talvez, o argumento mais importante.
Quando um novo parque é inaugurado, ele normalmente não traz novos dias de viagem. Ele rouba dias dos parques que já existem.
Foi o que aconteceu em 1998, com a inauguração do Animal Kingdom: os visitantes não estenderam suas viagens para incluir o novo parque. Eles tiraram um dia de Epcot, de Hollywood Studios (na época, Disney-MGM Studios) e até do próprio Magic Kingdom.
Ou seja, um quinto parque poderia significar:
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Redução da lotação média nos parques atuais.
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Menor permanência dos visitantes em atrações já estabelecidas.
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Menor receita por parque.
⏳ 2. O Perfil do Turista Não Mudou
 Mais de 90% dos visitantes dos parques de Orlando são americanos, e a média de férias nos EUA gira entre 4 e 6 dias.
Nesse curto espaço de tempo, os visitantes já têm que dividir seus dias entre:
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4 parques Disney (grandes), mais dois parques aquáticos – além do complexo do Disney Springs.
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3 parques da Universal (grandes), mais um parque aquático.
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SeaWorld, Legoland, e outras opções locais
Adicionar mais um parque à equação não aumentaria o tempo de permanência — forçaria o visitante a “cortar” algum dos parques já existentes. E como alguns deles já são considerados “meio-dia de parque”, o risco de exclusão seria real.
 
💸 3. O Custo de um Novo Parque é Astronômico
 Estimar o custo de um novo parque é difícil, mas há consenso entre analistas: um quinto parque da Disney poderia facilmente ultrapassar os US$ 10 bilhões, chegando a US$ 15 bilhões se tiver o mesmo nível de sofisticação de Shanghai Disneyland.
E isso sem contar:
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Toda a infraestrutura (acessos, backstage, drenagem, estacionamento, segurança)
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Sistemas de transporte e integração com os outros parques
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Contratação e treinamento de milhares de Cast Members
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Novas plantas de água, esgoto, gestão de resíduos e sistemas elétricos
Enquanto isso, expandir um parque existente custa uma fração disso — e traz retorno muito mais previsível.
 
🛑 4. A Experiência do Visitante Pode Piorar
 Por mais contraditório que pareça, abrir um novo parque pode fazer a experiência geral da Disney piorar:
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Se os parques atuais ficarem mais vazios, eles podem parecer menos “valiosos”, diminuindo a percepção de custo-benefício.
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Um novo parque pode ser aberto incompleto, como aconteceu com a Disney California Adventure e o Walt Disney Studios em Paris, que sofreram anos de críticas.
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Pode reforçar a ideia de que os parques atuais estão “estagnados”, mesmo com projetos de expansão já em andamento.
💡 Existe Alguma Razão Real para a Disney Construir um Quinto Parque?
 Diante de tantos motivos contrários, parece improvável que a Disney vá anunciar um novo parque temático nos próximos anos. Mas… e se houvesse algo nos bastidores que apontasse para o contrário?
Vamos analisar os dois principais cenários que poderiam justificar — mesmo que remotamente — essa decisão.
🧓 1. Legado de Liderança
 Historicamente, decisões grandiosas dentro da Disney nem sempre seguem apenas lógica financeira. Às vezes, o fator humano fala mais alto. Um CEO prestes a se aposentar pode querer deixar sua marca, como Michael Eisner fez com o Disney-MGM Studios (atual Hollywood Studios), ou como Bob Chapek tentou com os projetos de expansão no Epcot.
Essa ideia de “legado” pode parecer simbólica, mas na Disney, simbologia importa. Um quinto parque seria uma assinatura poderosa de encerramento de gestão — mesmo que a execução leve mais de uma década.
🤖 2. Inovação Tecnológica de Ponta
 Outro cenário que poderia justificar uma nova “gate” seria o surgimento de uma proposta tão inovadora, tão radicalmente diferente, que não caberia dentro dos parques atuais. Imagine um parque temático imersivo e 100% baseado em realidade aumentada, ou um modelo híbrido de parque e resort integrado. Algo que rompa com o formato tradicional de parque temático — e que, portanto, precisasse nascer do zero.
Esse tipo de projeto poderia atrair investimento, mídia e até colaborações com marcas externas (como Apple ou Tesla), posicionando a Disney como pioneira de uma nova era do entretenimento físico.
🚧 3. Mas… e esse investimento misterioso na Western Way?
 E aqui entra a tal “pulga atrás da orelha”.
Recentemente, a Disney anunciou que está disposta a investir mais de US$ 100 milhões em melhorias viárias na Western Way — uma das principais vias de acesso à parte oeste do complexo Disney, conectando a região de Flamingo Crossings com a Buena Vista Drive.
Oficialmente, o objetivo seria melhorar o fluxo e reduzir os congestionamentos que têm aumentado na região.
Mas convenhamos: um investimento dessa magnitude não costuma ser feito apenas por “bondade viária”.
Esse tipo de movimentação levanta hipóteses legítimas:
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Será que a Disney planeja abrir novos resorts ou um grande centro de hospedagem naquela área?
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Poderia haver ali a base de um projeto alternativo (um parque menor, uma experiência premium, um centro de convenções imersivo)?
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Ou seria justamente a infraestrutura preparatória para algo muito maior, como um quinto parque num novo eixo de expansão?
Claro, nada foi confirmado oficialmente. Mas para quem acompanha os bastidores da Disney há anos, esse tipo de sinal vale muito mais do que qualquer post em rede social.
🧭 Conclusão Pessoal: O Que Eu Acredito Sobre o Quinto Parque da Disney
 Depois de analisar tudo isso — o plano oficial, as estratégias de mercado, os desafios operacionais, os sinais que observamos na infraestrutura e os movimentos da concorrência — aqui vai a minha opinião sincera:
A Disney não vai construir um quinto parque temático em Orlando nos próximos anos. E talvez nem nas próximas duas décadas.
O que temos hoje é uma autorização regulatória, não um projeto. O Comprehensive Plan 2045 é um documento inteligente e estratégico, feito para preservar o direito da Disney expandir no futuro, sem precisar renegociar burocracias quando (ou se) esse momento chegar.
Ou seja: é uma carta na manga, não uma jogada em andamento.
A Disney está, sim, investindo pesado, mas todo o foco — tanto financeiro quanto criativo — está na expansão dos parques existentes. E faz todo sentido: essa é uma maneira mais eficiente, mais rápida, mais segura e mais lucrativa de crescer, sem mexer demais na balança de tempo dos turistas nem criar pressão interna entre os parques.
Dito isso…
Sim, existe uma pequena dúvida estratégica que fica no ar — e que me impede de descartar completamente a ideia.
Esse investimento anunciado de mais de US$ 100 milhões na região da Western Way é algo que me intriga. A Disney não costuma fazer esse tipo de obra viária com essa escala sem um propósito maior. Pode ser a preparação para novos resorts, pode ser para criar acesso a uma nova região de uso misto… ou pode ser uma antecipação de algo mais ambicioso.
E é aí que entra aquela pergunta que a gente ama fazer quando o assunto é Disney:
“E se…?”
Afinal, estamos falando da empresa que já surpreendeu o mundo antes. E que, quando decide fazer algo, costuma fazer com grandeza, propósito e visão de longo prazo.
Então, não se iluda com os rumores, mas também não subestime o que pode estar sendo plantado agora para florescer daqui a 10, 15 ou 20 anos.
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